ARTIGOS ESG & ÓPTICA

NUNO RAMA: A AASO E O COMBATE AO IDADISMO – DESIGNIO GLOBAL

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NUNO RAMA: A AASO E O COMBATE AO IDADISMO – DESIGNIO GLOBAL

Artigo de Opinião ÓpticaPro, Janeiro de 2025

Nuno Rama

Secretário de Direção da AASO

Assistente de Direção na Optocentro


O Idadismo inclui um conjunto de preconceitos e discriminações baseados com a idade das pessoas, podendo ser interpessoal, institucional, mas também contra a própria pessoa.

Podendo acontecer em todas as idades, sabe-se que acontece sobretudo às pessoas mais velhas.

No âmbito da “Década do Envelhecimento Saudável 2021-2030” a OMS está a desenvolver uma campanha global de combate ao Idadismo e determinou três estratégias que considera eficazes: as políticas publicas e a legislação, intervenções ao nível da educação e o contacto intergeracional.

De acordo com o Relatório Social Mundial das Nações Unidas (2023), até 2050, o número de pessoas com 65 ou mais anos em todo o mundo duplicará. Os desafios do envelhecimento da população são particularmente preocupantes em Portugal, que se encontra entre os países com a maior percentagem de pessoas idosas. Prevê-se que, em 2050, mais de um terço da população portuguesa tenha acima de 65 anos, com a esperança de vida em Portugal a atingir os 80 anos para os homens e os 86 anos para as mulheres

O envelhecimento da população tem consequências sociais, políticas e económicas de grande alcance para as sociedades.

No nosso país, servem como base de atuação a iniciativas na área da longevidade e que em comum têm o combate à discriminação em função da idade e ações tendentes à inclusão de pessoas no mercado de trabalho numa perspetiva inclusiva e não discriminatória, associações como a dNovo, Stopidadismo, Cabelos Brancos e o Programa Incorpora da Fundação “La Caixa”.

Procurando a prossecução dos objetivos para a qual foi criada, a AASO organizou na manhã do dia 21 de Novembro de 2024 na Nova SBE em Carcavelos, uma conferência subordinada ao tema “Desconstrução do Idadismo - Por uma Sociedade Contemporânea Inclusiva”.

O evento teve sala lotada e juntou um conjunto de personalidades e especialistas que com o seu testemunho e experiências, falaram dos desafios e das barreiras provocadas pelo Idadismo, simultaneamente lançando ideias e propondo um conjunto de soluções para a criação de uma sociedade mais justa, inclusiva e respeitadora da diversidade etária.

Abriu a conferência Maria João Lourenço, Secretária Geral do Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social.

O programa foi dividido em dois momentos. Num primeiro momento o presidente da Direção da AASO, Rui Motty, começou por moderar o painel intitulado “Testemunhos na 1ª Pessoa”.

Contaram parte da sua história e vivências, Maria Margarida Carneiro, Renato Santos, Mariana Periquito e Pedro Pereira Santos. Cada um nas suas áreas de atividade, passadas e presentes, partilharam as sua experiências profissionais e as dificuldades encontradas quando na plenitude das suas capacidades físicas e intelectuais foram encontrando as portas do mercado de trabalho, ora fechadas, ora dificultando a sua entrada devido à sua condição etária.

Num segundo momento e após o Cofffee Break, a reputada jornalista e apresentadora de televisão, Fátima Campos Ferreira, moderou o debate que deu nome à Conferência.

Isabel Viegas, Vice-Presidente da Associação dNovo, Silvia Triboni Diretora na Associação Stopidadismo, Luisa Pinheiro co-Fundadora e Diretora da Associação Cabelos Brancos, Bruno Coutinho Responsável Incorpora Portugal -Fundação “La Caixa” e Maria João Quintela, Médica - Sociedade Portuguesa Geriatria e Gerontologia, todos, deram a conhecer o seu trabalho, as prioridades de cada uma das associações que representam e o seu contributo através do seu exemplo ativo e empreendedor.

O encerramento ficou a cargo do Presidente da Assembleia Geral, Pedro Rebelo de Sousa , que nos honrou com a sua ímpar e honrosa presença.


Finda a conferência, foi consenso entre todos a relevância do tema e a necessidade do seu não esquecimento. Nomeadamente, porque na nossa sociedade há um longo caminho a trilhar no sentido da consciencialização, da mudança de mentalidades e porque caminhamos para um envelhecer paulatino mas constante da população ainda em idade ativa.

Registámos que a sociedade civil deverá continuar ativa promovendo cada vez mais iniciativas na área da longevidade e que por parte do Estado, políticas governamentais orientadas para a não discriminação em função da idade e a criação de leis trabalhistas e de direitos humanos para proteger as pessoas de práticas idadistas, deveria existir e é premente que venham a existir.

Programas de apoio e iniciativas para apoiar o envelhecimento ativo e combater a exclusão social deveriam ser um desígnio nacional e urge pensar e agir sobre isso.

Por outro lado, as entidades contratantes não devem recear a contratação de recursos humanos capazes, estabelecendo políticas de contratação e promoção que valorizem experiencias e habilidades independentemente da idade.

A iniciativa privada deve fazer parte da solução e os empresários devem ser sensibilizados para o tema.

Às pessoas que sofrem com o idadismo pede-se resiliência e insatisfação constante perante as adversidades encontradas.

Combater o idadismo não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma maneira de criar sociedades mais inclusivas, resilientes e ricas em diversidade.



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